segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Travesuras del niño malo!

Karma. Essa pequena palavrinha contém o segredo do mundo. Temos que ser bons para não nos fodermos no futuro, certo? Ou temos que ser bons para fodermos no futuro? Enfim. Acabo de voltar das férias em Buenos Aires e minha situação amorosa não poderia ser mais distinta do que no começo das férias.
Quando saí daqui estava dividido entre Alfie e Chico Latino. Gosto muito dos dois e ambos aparentemente gostam muito de mim. O único problema é que nós não estamos culturalmente preparados para a bigamia.

Levando-se em conta que Chico Latino mora em Buenos Aires e Alfie está aqui pertinho, embarquei decidido a usar a visita ao Chico como uma espécie de despedida, um "até um dia quando possamos viver na mesma cidade". Estava pronto para voltar e começar uma história feliz com Alfie.

A leitura da viagem foi "Travesuras de la Niña Mala". Me identifiquei com o personagem-narrador, Ricardito, que, como eu, trabalha com idiomas, idealiza a vida na Europa, idealiza o amor, passa por cima do orgulho próprio por este e, invaravelmente, se fode. Todos os dias lia um pouquinho enquanto fazia o número dois e me chocava com as merdas que "niña mala" fazia.

Cumpri todos os objetivos. Comprei um casaco de couro, saí bastante, aproveitei a talvez única chance de passar um tempo com o Chico Latino e consegui explicar para ele que não poderíamos parar nossas vidas pensando um no outro, que ele ia, sim, sair com os amigos, beijar na boca, arranjar um namoradinho, assim como eu, e que, se as estrelas e os deuses quiserem, um dia iríamos acabar batendo na porta um do outro.

Mas isso foi só metade da jornada. Voltei para São Paulo onde teria que encontrar Alfie e explicar para ele que dormi com quinze dias com o Chico Latino mas que estava pronto para ele. Claro que não colou! Óbvio que não colaria!

Terminei o livro na véspera da conversa com Alfie, entrevi o futuro e me acabei de chorar, pois vi que eu não era o Ricardito, mas a Niña Mala. Notei que com minha indecisão, meu medo de perder os dois niños buenos que tinha diante de mim, magoei ambos e acabei sem nenhum, merecidamente. Karmicamente.

Agora, enquanto Norah Jones e Amy Winehouse cantam repetidas vezes no meu estéreo, tento recolher os caquinhos que me restam e tomar coragem para recomeçar a jornada. Antes, porém, convém chafurdar um pouquinho mais na lama aqui do fundo do poço.

6 comentários:

Anônimo disse...

Estar entre dois amores é complicado demais para um coração.
E creio q El niño no ha sido malo, ha sido bueno. Si hubiera sido malo, no habia dicho la verdad.
Abração!

Math disse...

Gostei do seu blog...linkei ao meu.

E não fique muito tempo no fundo do poço...vc não mereçe e ninguém mereçe...não por alguém.
levanta a cabeça, sacode a poeira e parte para outra...acredito que todos temos uma tampa...mesmo quando nos consideramos uma frigideira...hehe.

Volto mais vezes aqui...
Bjs.

K. disse...

engraçado.. quando comecei a acompanhar, a história já estava correndo solta e nunca parei para pensar a fundo sobre o assunto... mas achei corajoso o post e a auto-censura. =)

agora precisa levantar, tirara a poeira e continuar!

Anônimo disse...

Tive uma ligeira identificação com seu post.
Tô vivendo um dilema semelhante e acho que vou acabar sozinho, rs...
Mas isso é segredo que eu não saio divulgando por aí, hahaha
Bjos e adorei saber que existem outras meninas más por aqui, rs...
Podemos montar um clube, rs

Rubens Oliveira disse...

Não acredito que vc realmente amasse duas pessoas ao mesmo tempo.

Acredito mais no lance de pele, de que por cada um ter uma experiência de vida distintas fez te despertar o interesse por ambos.

Quando realmente amamos, este que "escolhemos" como parceiro nos completa de tal forma que não sobra espaço para um segundo amor.

Com o tempo vc vai perceber isso e situações como essas serão raras de acontecer.

Will disse...

gostei do seu blog, parabéns.
coloco minhas historias parecidas no meu e meus amigos dizem que eu tenho problema, é bom ver que não sou o unico!!